Ginasta agora volta suas atenções para Paris 2024, onde quer completar o ciclo da volta triunfal
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TogglePor Issy Ronaldda CNN
09/10/2023 às 10:57
Simone Biles durante apresentação no Mundial de Ginástica Artística • Naomi Baker/Getty Images
A ginástica, em muitos aspectos, é uma demonstração de poder e capacidade atlética semelhante a uma miragem, combinada com elegância e beleza — uma aparência perfeita de formas retorcidas que oculta os esforços extraordinários que exigem.
Era também uma imagem dos atletas mais bem-sucedidos do esporte até que Simone Biles começou a remodelá-la, há dois anos, durante as Olimpíadas de Tóquio. Essa mudança ocorreu como consequência não intencional de sua desistência em vários eventos, após sofrer o que é conhecido como “twisties” — um bloqueio mental que faz com que uma ginasta perca a noção de suas posições no ar.
A ginasta mais vitoriosa de sua época demonstrou sua suscetibilidade ao erro no maior palco de todos, e ao completar um retorno histórico no Campeonato Mundial de Ginástica Artística na semana passada, ela remodelou as expectativas em torno do sucesso.
Ao retornar ao cenário mundial com um estilo tão enfático, Biles reimaginou a imagem de uma atleta modelo, transformando-a em alguém que pode desenvolver habilidades sem precedentes no mais alto nível, ao mesmo tempo em que é aberta sobre sua própria saúde mental. Ela representa alguém que é mais velha do que as ginastas tradicionalmente bem-sucedidas, mas ainda assim define seu esporte.
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A miragem da performance permanece, mas, com os esforços nos bastidores necessários para torná-la mais visível, essa imagem é mais complexa e, possivelmente, mais impressionante.
Tanto os recordes quanto as medalhas anunciaram o retorno de Biles ao auge do esporte em Antuérpia, na Bélgica. Ela se tornou a primeira mulher a realizar o salto duplo de Yurchenko em uma competição internacional, e agora esse movimento será conhecido como Biles II em sua homenagem. Assim, ela também se tornou a ginasta mais condecorada de todos os tempos, superando o recorde de 33 medalhas do bielorrusso Vitaly Scherbo em Olimpíadas e campeonatos mundiais.
Biles conquistou quatro medalhas de ouro no Mundial — nas competições por equipes, individual geral, trave e solo — além de uma medalha de prata no salto. Em sua disciplina menos forte, as finais das barras assimétricas, ela terminou em quinto lugar.
Cinco meses atrás, Biles achava que nunca mais competiria, conforme declarou no X, anteriormente conhecido como Twitter. Ela fez uma pausa de dois anos no esporte após Tóquio para se concentrar em sua saúde mental.
Nesse período, Biles se mostrou aberta a reavaliar sua relação com a ginástica, “fazendo terapia, garantindo que tudo esteja alinhado para que eu possa dar o melhor na academia e ser uma boa esposa, boa filha, boa amiga, tudo de bom”, como disse à NBC em setembro.
BRAVA! Que apresentação de solo espetacular da Simone Biles! 🔥🔥 pic.twitter.com/lGYiVzExCy
— Africanize (@africanize_) October 4, 2023
Mesmo assim, os fantasmas de Tóquio ainda assombravam Biles durante o Mundial, conforme revelou após a competição, com memórias ressurgindo que a deixavam “nervosa” para a final por equipes na quarta-feira passada (4).
<p“Foi quando tudo aconteceu, então fiquei um pouco traumatizada com isso", disse ela na sexta-feira (6) ao site oficial das Olimpíadas.
Retornar ao cenário internacional em Antuérpia representou uma oportunidade valiosa para seu progresso no esporte, um lugar apropriado para se restabelecer como a melhor ginasta do mundo. Foi em Antuérpia que Biles se destacou pela primeira vez no cenário mundial, conquistando seu primeiro título mundial geral aos 16 anos, além de medalhas de ouro, prata e bronze no solo, salto e trave, respectivamente.
“Estou muito orgulhosa”, disse ela ao retornar à Bélgica.
“Principalmente após o ano que tive depois de Tóquio, voltando e apenas me sentindo confortável e confiante em minhas rotinas. Eu não poderia pedir mais”, declarou à BBC Sport.
Agora, as atenções se voltam para Paris. Biles já manifestou que competir nas Olimpíadas do próximo ano é “um caminho que eu adoraria percorrer”, e retornar ao maior palco de todos acrescentaria mais uma dimensão ao seu já notável legado.
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